segunda-feira, junho 29, 2015

Dente de leão

Na beira do passeio
No fim do mundo
Olho amarelo da solidão

Cegos pés
Apertam-lhe o pescoço
No abdômen de pedra

Cotovelos subterrâneos
Empurram suas raízes
Para o húmus do céu

Pata canina ereta
Faz-lhe troça
Com o aguaceiro recozido

Contenta-o apenas
O olhar sem dono do passante
Que em sua coroa
Pernoita

E assim
A ponta de cigarro vai queimando
No lábio inferior da impotência
No fim do mundo


(poeta sérvio nascido faz hoje 93 anos) 

Tradução de Aleksandar Jovanovic

1 comentário:

tulipa disse...


LINO

Começo por agradecer a visita e o comentário que deixou no post do meu blog "Pensamentos e Imagens"

Muito belo este poema!
Lindo demais.
Desconhecia por completo.

Tenho novo post, sobre uns dias em Monte Gordo!
Não posso ir para o Alentejo nem para o Algarve, muito menos para o interior do País no Verão, morro de calor. Passo mesmo muito mal com altas temperaturas...

Fiz essa experiência em anos anteriores e dei-me mal
fico por casa...até Setembro, quando as temperaturas começam a baixar!

Sábado saí de Monte Gordo com 40º meti-me no IC 1 e fiz toda a viagem sempre entre 42º e 44º que atingi na Mimosa (Alentejo)....
Meu Deus, nem o ar condicionado fazia algum fresco, foi mesmo horrível.

O meu objetivo em todos os meus blogues é sugerir pistas de descoberta de novos lugares a visitar, a partir do que a mim própria mais interessou...

Se quiser pode dar uma espreitadela a:
http://momentos-perfeitos.blogspot.pt/
http://tempolivremundo.blogspot.pt/

Boa semana.
Beijinho meu