sexta-feira, novembro 15, 2013

O REGO

Queriam canalizar
as águas pro monjolo
mas o que abriram foi um rego de céu
Agora
a manhã fugiu do céu
e veio morar dentro do açude.
De tarde
o céu entorna o crepúsculo no açude,
cujo silêncio paralítico
os sapos espetam
com canafístulas de gluglus.

As estrelas lavam roupa de luz
nos espraiados.
Já houve até quem visse anjos
- muitos anos - voando
nas asas dos pirilampos.

Foi desse jeito
que os homens escravizaram um retalho de céu,
amarrando-o ao rabo do monjolo.


(escritor goiano nascido faz hoje 98 anos)

2 comentários:

São disse...

Interessante poema este, de um autor que desconhecia...

Abraços

slesed disse...

more s6f53h5v65 aaa replica bags replica bags online shopping replica bags us read this post here q6u95g4j64 replica bags sydney replica bags in dubai replica gucci bags y0t70s6a32 replica bags wholesale mumbai