sábado, novembro 09, 2013

Outono enfermiço

Outono mortiço e adorado
Morrerás quando o furacão soprar nos rosais
Quando nos vergéis
Tiver nevado

Pobre outono
Morres em brancura e em riqueza
De neve e de frutos maduros
No fundo do céu
Planam gaviões
Sobre os nixes ingénuos e anões de cabelos verdes
Que nunca amaram

Nas orlas de lá longe
Os veados bramiram

Oh! estação não sabes quanto gosto dos teus rumores
Os frutos caindo sem serem apanhados
O vento e a floresta que choram folha a folha
Todas as suas lágrimas no outono

As folhas
Que pisam
Um comboio
Que passa
A vida
Que se vai


(Guillaume Apollinaire faleceu faz hoje 95 anos)

Tradução de Maria Gabriela Llansol

1 comentário:

jrd disse...

Un prince de la poésie française.

Abraço