segunda-feira, outubro 08, 2012

Um Jovem Camarada

Meu Camarada moço,
- Lidos os teus poemas,
Dizer-te que não temas
Dar-lhes fogo, a morte, o esquecimento,

Se queres a Poesia, vai para ela
Puro, desnudo, de ímpeto violento,
Como para a mulher
Em que parou teu sonho,- se és o seu.
Vai, como ela te quer.

Mas se outra chama inflama o teu amor,
se outro sonho tão belo te rendeu,
Tem a coragem nobre de depor
Os versos que não são teu instrumento.
Toma outras armas mais condizentes.

Não, a Poesia não a violentes!
Deixa os versos ao vento ...


 (poeta portuense falecido faz hoje 20 anos)

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