sábado, outubro 06, 2012

Fim

Alma, enfim descansa
Na desesperança.

Alma, esquece e passa:
Dorme, enfim segura
Dessa última graça
Que é toda a ventura.

E à Saudade em flor
Que o teu sonho lindo
Perfumou de amor,
Diz-lhe adeus, sorrindo…

Que Ela há-de escutar-te,
Pálida, a entender-te!
E, no espanto enorme,
Sonhando envolver-te,
Triste, há-de embalar-te
- «Dorme… dorme… dorme…»-
Como a adormecer-te.

Guilherme de Faria

(poeta vimaranense nascido faz hoje 105 anos)

1 comentário:

Flor de Jasmim disse...

Intenso este poema de Guilherme.
Obrigado pela partilha.
Bom fim de semana lino

Beijinho e uma flor