Ninguém me habita
Ninguém me habita. A não ser 
o milagre da matéria 
que me faz capaz de amor, 
e o mistério da memória 
que urde o tempo em meus neurônios, 
para que eu, vivendo agora, 
possa me rever no outrora. 
Ninguém me habita. Sozinho 
resvalo pelos declives 
onde me esperam, me chamam 
(meu ser me diz se as atendo) 
feiúras que me fascinam, 
belezas que me endoidecem.
*poeta brasileiro que hoje completa 84 anos
 
 
1 comentário:
Grata por dividir.
(Será que sou habitável?)
Penso que não sei.
Enviar um comentário