Um sonho (excerto)
Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... 
O sol, o celestial girassol, esmorece... 
E as cantilenas de serenos sons amenos 
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos...
As estrelas em seus halos 
Brilham com brilhos sinistros... 
Cornamusas e crotalos, 
Cítolas, cítaras, sistros, 
Soam suaves, sonolentos, 
Sonolentos e suaves, 
Em suaves, 
Suaves, lentos lamentos 
De acentos 
Graves, 
Suaves.
Flor! enquanto na messe estremece a quermesse 
E o sol, o celestial girassol, esmorece, 
Deixemos estes sons tão serenos e amenos, 
Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos...
Eugénio de Castro, in Oaristos
 
 
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