terça-feira, agosto 18, 2009

Redacção Eu gosto muito da perplexidade, que é o estado em que se encontra pelo menos um assessor do palácio de Belém ao imaginar que tem o telefone sob escuta ou que algum colega anda a fazer queixinhas para o exterior. Perplexidade é mais ou menos o mesmo que estupefacção, embora seja uma palavra de maior requinte. Enquanto um assessor estupefacto – o que também é corrente para os lados da praça do império – é alguém feito estúpido, mais ou menos como um boi a olhar para um palácio, um assessor perplexo é uma espécie de “intelectual” anónimo acoitado sob o proteccionismo circunflexo da aparente fleuma presidencial e que vê o país como imagem reflectida por um espelho convexo. Devido aos efeitos secundários da tal convexidade do espelho, sai-se com queixas sem nexo que, no plexo da teia de mediocridade política que nos rodeia, criam um enorme complexo de insegurança, autêntico zingarelho que apenas aproveita aos feirantes que gostam de armar ao pingarelho. A perplexidade será apenas mero reflexo da aridez do chefe ou dever-se-á a um estado rebarbativo, típico dos eunucos, motivado por falta de sexo?

2 comentários:

Mar Arável disse...

Admito que sim

o chefe supremo das forças armadas

deve ter falhas

na cama

Milu disse...

Se de repente tivesse razões para suspeitar que o meu telefone e o telemóvel estariam sob escuta, ficava à rasca. Porque às vezes dizemos coisas que é suposto que outros não ouçam, excepto o nosso interlocutor/a. Bem, estou a brincar, mas a verdade é que isto pode muito bem ter acontecido com os assessores presidenciais. Tendo em conta que se consideram excepcionalmente e extraordinariamente protegidos pela "intocável" aura presidencial, usam e abusam das comunicações pagas pelo erário público. Sabe lá Deus para quem telefonam e o que dizem! Por isso é que houve quem ficasse estupefacto por causa das suspeitas das escutas. Estupefacto e inquieto, diria!