sábado, agosto 15, 2015

Sótão

Por interstícios das malas abertas de quando éramos
crianças gritam as bocas sem nenhum eco
das bonecas. Criaturas fictícias, escalpelizadas
e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal
lugar do coração está ainda a palpitar.
O bojo do peito de celulóide, como o meu,
pede-nos perdão pela saudade que nos devora.


(Fiama Hasse Pais Brandão nasceu faz hoje 87 anos)

1 comentário:

Justine disse...

Ah a infância e os seus sonhos! Poema belo e triste.