sábado, abril 04, 2015

SuperEgo

Numa hora eu quero tocar o barco pra frente
Noutra, quero virar o barco e afogar toda a gente.

Horas eu passo sem temer, sem rir, sem falar
Horas morro feito cigarra, estourada de cantar

Por vezes posso ser a Bela da Tarde
Por outras posso ser o fantasma da Liberdade

Algumas vezes mar sereno, sem ondas, sem espuma
Freqüentemente ressaca, maremoto, céu de brumas

Numa hora quero ser eterna, dura, diamante
Noutra sou poeira, passante, sem dia nem hora,
Sem amante sem noite e sem calmante
Só eu só
– E ainda assim, sou mais eu.


(escritora sergipiana que hoje faz 68 anos)

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