sexta-feira, março 20, 2015

Estátuas perdidas

Há formas irrealizadas de ti
no côncavo de minha mão
que poderiam fazer cem estátuas.
Instantes de felina beleza
movimentos bruscos de quem freme ou foge às carícias,
detalhe do teu corpo esquivo
feitos de curvas plásticas e inéditas
que ficaram decalcadas na minha pele,
no meu insatisfeito desejo
como se eu fosse um molde vivo
de obras-primas que esperam ser fundidas
em bronze, em verso, em música.

Nessas estátuas perdidas
vai-se tua própria mocidade
porque forma teus instantes de amor
que tive em minhas mãos.


(poeta paulista nascido a 20 de Março de 1892)

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