Canção
amarga
Cavalo
alado, perdido
em
labirintos de estrelas:
longos
caminhos de espanto,
desnudos aos
quatro ventos,
fome de pura
volúpia,
sede de
bruma e silêncio.
Entre meus
dedos trançados,
floriu o
hibisco vermelho;
por ele
troquei a flor
amarga do
limoeiro,
olor de
terra molhada,
aromas
castos de feno;
deixei a
saia rodada
pela túnica
de efebo,
cravei agudo
pinhal
na raiz do
meu desejo
por um amor
desumano,
Sem razão,
sem fim, nem sexo.
(escritora
vianense nascida faz hoje 96 anos)
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