terça-feira, outubro 07, 2014

não fugir

Não fugir. Suster o peso da hora
Sem palavras minhas e sem os sonhos,
Fáceis, e sem as outras falsidades.
Numa espécie de morte mais terrível
Ser de mim despojado, ser
abandonado aos pés como um vestido.
Sem pressa atravessar a asfixia.
Não vergar. Suster o peso da hora
Até soltar sua canção intacta.


(poeta lisboeta que hoje faria 81 anos)

1 comentário:

jrd disse...

Um grande poeta, pouco divulgado.

Um abraço