quinta-feira, julho 03, 2014

Algures os campos

A natureza do poeta é fingir
a existência mais íntima da linguagem
aquele lugar onde a morte
resplandece em todos os sentidos dos pulmões
pois desde sempre a chuva
amansou os vestígios do sangue
que jorra do estilhaço das palavras inócuas,
 .
na desesperada procura do silêncio
amo a tempestade e repudio o relâmpago
e contudo as tuas sílabas dissecam-me o veneno
da seara e da cesura
em que me avivo júbilo de mim mesmo.
 .
Que precisão existirá no ângulo do poema?


(poeta coimbrão que hoje faz 49 anos)

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