domingo, julho 27, 2014

CHUVA CONGELADA

Reduzo a cascata a um candelabro, fios
De luz, ossos descarnados pelo gelo
Que se refazem nas bandagens de vidro
E, onde o lago age como nível de bolha,
Guardo bolsas de ar para que a lontra viva.

Aumento uma a uma as lâminas de grama
Com brotos, chuva congelada e sincelos,
Polegar, dedos que apontam o degelo
Derretem, entre o lábio e a língua, até o âmago
Enquanto o vento toca órgão nos ramos.


(poeta norte-irlandês que hoje faz 75 anos) 

Tradução: Marcelo Tápia

2 comentários:

Flor de Jasmim disse...

Bonito poema, não conhecia!
Obrigado lino pela partilha.

Beijinho e uma flor

São disse...

Mais um série de gente que desconhecia, com excepção de Pete Yorn, cuja voz me agrada ....mas que já está muito distante de mim geracionalmente.

Boa semana :)