Retrato de Mulher Triste
Vestiu-se para um baile que não há. 
Sentou-se com suas últimas jóias. 
E olha para o lado, imóvel. 
Está vendo os salões que se acabaram, 
embala-se em valsas que não dançou, 
levemente sorri para um homem. 
O homem que não existiu. 
Se alguém lhe disser que sonha, 
levantará com desdém o arco das sobrancelhas, 
Pois jamais se viveu com tanta plenitude. 
Mas para falar de sua vida 
tem de abaixar as quase infantis pestanas, 
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas. 
(poetisa carioca falecida faz hoje 48 anos)
 
 
1 comentário:
O poema é excelente
mas não resisto
a ver
como desmando
uma dona Merkel
Desculpa o desaforo
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