segunda-feira, novembro 19, 2012

A tinta e o verso

Bebe o sangue
do sol nascente,
rouba o negro da noite
e o ouro do girassol,
arranca o azul do céu,
faz o mural.

Traz o verde da Mata,
as cores dos espinhos sertanejos.
Arranca o colorido das casas,
o castanho dos rios,
a brancura da lua,
a festa das cores das ruas,
faz o mural.

Se faltar a tela,
coloca tudo em palavras no papel,
em vez das cores,
escreve o nome das coisas,
em vez de amarelo
fala em girassol,
no lugar de azul
escreve céu.

Faltando até mesmo
lápis e papel,
recita os meus versos,
diz poemas do meu canto
que surgirão as cores do chão.


(escritor pernambucano que hoje faria 71 anos)

2 comentários:

Justine disse...

Muito bom! Também não o conhecia...

jrd disse...

Excelente! As cores da poesia.

Abraço