domingo, maio 15, 2011


Testamento

Um dia quando morrer (agora não)
Quero que me toquem guitarra.
Quero dizer: Qualquer coisa como variação.
Quero que chore a guitarra, mas com garra!

Venham senhoras e venham senhores!
Depois, por favor, façam-me um bem:
Que um a um deponha flores,
Na campa da minha mãe.

Essas flores que são dela,
Eu já não lhas poderei dar,
Pois já lá estarei com ela.

E a guitarra será fado.
O fado que hei-de cantar,
Lá longe do outro lado!

 (... e assim foi!)

José Armelim

(poeta açoriano)

4 comentários:

jrd disse...

Um bom epitáfio.

abraço

Helenice Priedols disse...

Sabe que eu também quero música em vez de choro e velas?
E quanto às flores, quero receber enquanto estiver viva.

Boa semana.

PAZ e LUZ

Jorge Sader Filho disse...

Uma interessante visão do José Armelin, amigo Lino.
Não conheço o poeta açoreano, estou lendo pela primeira vez.
Abraço.

Justine disse...

Vamos lá então conhecer os poetas açorianos de que nunca ouvi falar, através do teu excelente critério!