Ousou afrontar o sistema
O estatuto de herói no seu país do ex-presidente da Argentina – e marido da actual presidente – Néstor Kirchner, falecido ontem aos 60 anos de idade, é ocultado pela nossa imprensa, já que ele era um homem que não estava nas boas graças da capital do império.
Chegado ao poder em 2003, depois da profunda recessão de 1998-2002 que atirou a maioria da população – até então uma das mais prósperas da América Latina – para baixo do limiar da pobreza, desafiou o FMI, não cedendo às suas imposições e tendo, até, a suprema ousadia de entrar temporariamente em incumprimento da dívida para com o próprio Fundo. Contra tudo e contra todos, desde os pretensos “sábios” até aos bitaiteiros profissionais, conseguiu um crescimento anual de 8% durante o seu mandato, retirou da pobreza extrema mais de dez milhões de concidadãos (25% da população) estabilizou o valor da moeda, liquidou totalmente a dívida ao FMI e contribuiu decisivamente para o enfraquecimento da instituição na região e para as políticas progressistas de vários outros países.
No campo dos direitos humanos empreendeu uma política de julgamento impiedoso - obrigando-os a sentar o cu no mocho, como diz com piada um amigo da blogosfera - dos facínoras da ditadura militar que levou à condenação, um após outros, de vários torcionários.
O conceituado economista (do sistema) estado-unidense Mark Wisbrot faz aqui uma resenha bastante completa do contributo de Néstor Kirchner para o avanço das consideráveis conquistas sociais conseguidas na América Latina nos últimos oito anos. Não haverá por cá alguém parecido para salvar o nosso barco do naufrágio?
1 comentário:
Um dos mais importantes lideres da América Latina que, para além da recuperação económica que promoveu no seu país, não hesitou em sentar os carrascos do seu povo np banco dos réus.
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