domingo, fevereiro 28, 2010

Pensamentos

No tempo da ditadura havia algumas dezenas de jornalistas, pessoas de uma estirpe intelectual fora do vulgar e que mantinham a coluna vertebral direita contra ventos e marés, que utilizavam todos os artifícios da língua para fazerem passar a sua mensagem de liberdade.

Nos dias que correm há centenas de auto-intitulados jornalistas, seres invertebrados rastejantes e intelectualmente abaixo de cão, que utilizam as artimanhas mais ignóbeis para conspurcar e caluniar quem não concorda com aqueles a que se vendem por uns patacos.

Ao tempo do jornalismo sério, pago tantas vezes com prisão e tortura, naturalmente prefiro o tempo dos caluniadores acéfalos e impunes, que agora até se reclamam de defensores de uma tal liberdade de expressão pela qual nunca tiveram de lutar; apenas deixei de cheirar a tinta dos jornais transformados em cloacas de galinhas sem tino. Felizmente, o digital ainda não transmite fedores físicos.

6 comentários:

jrd disse...

Excelente texto!
Implacável, demolidor e, acima de tudo, verdadeiro.
Abraço

Sofia Loureiro dos Santos disse...

Totalmente de acordo.

Milu disse...

Amigo Lino!

Sem dúvida que deixar de comprar jornais é a melhor forma de contestar este jornalismo de latrina, antigamente, naqueles tempos de miséria, cheguei a ver em casas de banho, pendurados num arame, quadrados de papel de jornal que se destinavam a limpar o dito cujo, porém, agora o papel higiénico é mais barato do que os jornais, por isso não os aconselho para tal destino, que era o que mereciam. Já é demais tanta palhaçada, até porque não há um português sequer, com dois dedos de massa encefálica, que acredite neste jogo de patranhas. Se tivessem sido comedidos talvez conseguissem convencer uns tantos, mas como abusaram da receita, deram cabo deste expediente... Ainda se volta o feitiço contra o feiticeiro!

Sensualidades disse...

ja nao ha ou pelo e raro o jornalismo pelo ideal

Beijos
Paula

rt disse...

Então e as greves de fome em Cuba? Não lhe despertam a indignação?

Mónica disse...

nem mais nem menos era isso q gostava de ter dito no blog abencerragem :D