domingo, fevereiro 07, 2010

Meu País Desgraçado

Meu país desgraçado!...
e no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
Nem pássaros, nem águas…

Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?

Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
- busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.

E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.

Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!

Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem forças, sem haveres!
- olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!

Sebastião da Gama

4 comentários:

jrd disse...

«(A)levanta-te meu povo. Não é tarde!»

Manuel Veiga disse...

poeta bem interessante o Sebasteão da Gama. onjustamente esquecido

gostei de ler. aqui.

abraços

Mar Arável disse...

Não fora a mística

até o poeta

se teria alevantado

Boa memória

Abraço

Milu disse...

Lindo e tão verdadeiro, parece que Portugal se arrasta numa penosa sina. Que é feito dos verdadeiros homens?