Pensamentos
No tempo da ditadura havia algumas dezenas de jornalistas, pessoas de uma estirpe intelectual fora do vulgar e que mantinham a coluna vertebral direita contra ventos e marés, que utilizavam todos os artifícios da língua para fazerem passar a sua mensagem de liberdade.
Nos dias que correm há centenas de auto-intitulados jornalistas, seres invertebrados rastejantes e intelectualmente abaixo de cão, que utilizam as artimanhas mais ignóbeis para conspurcar e caluniar quem não concorda com aqueles a que se vendem por uns patacos.
Ao tempo do jornalismo sério, pago tantas vezes com prisão e tortura, naturalmente prefiro o tempo dos caluniadores acéfalos e impunes, que agora até se reclamam de defensores de uma tal liberdade de expressão pela qual nunca tiveram de lutar; apenas deixei de cheirar a tinta dos jornais transformados em cloacas de galinhas sem tino. Felizmente, o digital ainda não transmite fedores físicos.