quinta-feira, novembro 05, 2015

A liberdade está morta

A liberdade está morta
com seus cabelos tão longos,
com seus cabelos boiando
no mar em que se afogou.

A liberdade está morta
com seus cabelos desnastros.
Caiu, coitada, dos astros
no mar em que se afogou.

A liberdade está morta
com seus cabelos compridos
que eu desejava beijar.

A liberdade está morta.
Lá vão os homens buscá-la
naqueles barcos de vela,
naqueles barcos com asas.

Lá vão os cisnes marinhos
na água azul e sonora.

Lá vão os cisnes do mar
buscar a deusa da aurora.

Lá vão as aves buscá-la
para guardá-la em seus ninhos.

A liberdade está morta
e coroada de espinho


(poeta baiano falecido faz hoje 47 anos)

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