quarta-feira, junho 26, 2013

Percurso

Da minha íntima saliva retive líquido
o sangue
impedindo que ele se perdesse por escamas esquecidas
Cavalguei por entre mares incertos
os golfinhos memoráveis
desatento a tudo excepto
no recensear o recife para marcar o amargo
Por porto seguro tenho deuses
reinventei as palavras
Onde desembarquei trabalhei o baldio
escavei o sulco desenhei as leiras
cá e lá sacrificando limite após limite
Ó Esperança a química humilde
da tua amarga estaca


(Aimé Césaire nasceu faz hoje 100 anos)

1 comentário:

jrd disse...

Uma grande "voz" da poesia de África.

Abraço