sábado, maio 19, 2012

Ápice

O raio do sol da tarde
Que uma janela perdida
Refletiu
Num instante indiferente -
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
Subitamente…

Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva…
- E não poder adivinhar
Porque mistério se me evoca
Esta ideia fugitiva,
Tão débil que mal me toca!…

- Ah, não sei porquê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projeção atravessou…

Tanto segredo no destino de uma vida…

É como a ideia de Norte,
Preconcebida,
Que sempre me acompanhou…


(Mário de Sá-Carneiro nasceu faz hoje 122 anos)

Sem comentários: