quarta-feira, julho 22, 2009

PURGATÓRIO a mãe gemendo de dor (sem remédio) o irmão sem dentes e emprego (e bêbado) pai e avô caducando em asilo (em cheiro de urina) sobrinhos e filhos e netos (bisnetos) alongando a caravana (em deserto) eu parede de palavras a repercutir seus ais (só em versos) se eu morrer só poeta ouvirei em juízo: tive fome e me deste poesia Deise Assumpção* *poetisa paulista

2 comentários:

mdsol disse...

:))

Milu disse...

Gaita! Isto não é purgatório! É inferno! Dos grandes! Safa!