quinta-feira, julho 16, 2009

Memória dum Pintor Desconhecido Os presos contam os dias eu as horas nesta prisão maior onde um olhar ficou boiando e uma voz um som de passos perseguidos na sombra perseguindo a segurança fugidia Na cidade que amo e a sós comigo é talvez só futuro ou já saudade com alma bem nascida entre o fragor de máquinas, cimento e energia atómica indefeso entre irmãos de cárcere demando a voz que foge os irmãos que não vejo o brando olhar que guarda o meu desejo e só consigo ver o gomoso arrastar das horas e das horas tantas horas à baioneta marcadas por uma sentinela aos quatro cantos da janela gradeada do dia-a-dia onde não há mais nada Que nada são os dias e os anos para um tão grande amor que vou pintando com o próprio sangue os meus e teus enganos que há-de nascer que há de florir que há de e há-de e há-de quando? Mário Dionísio

2 comentários:

jrd disse...

Um grande Poema de "Liberdade" entre as grades

mdsol disse...

:)))

[ O que é qu eme fez pensar que estava de férias? Eu é que perco se não vier aqui, não é?]