segunda-feira, setembro 09, 2013

Prisioneiro

Que era um pássaro apenas, me disseste,
Porém o nome dele tu ignoras,
Ouviste e ainda ouves vibrações sonoras,
Mas o doce cantor não conheceste.

Pensas em mim, e do tenor celeste
Escutas enlevada as sedutoras
Canções saudosas e comovedoras...
Que ave, perguntas, misteriosa é esta?

Que encantada harmonia, que doçura,
Que magoado cantar!... A todo o instante
Ouves esta garganta ardente e obscura.

Nunca a verás; não queiras vê-la, não!
Deixa que o meu amor oculto cante
N’áurea gaiola do teu coração.


(poeta alagoano falecido em Paris faz hoje 104 anos)

1 comentário:

Justine disse...

Coincidência: escolhemos ambos os pássaros como metáfora de outras realidades...
O poeta é um romântico, que ainda sabe bem ler!