quinta-feira, julho 28, 2011


Roteiro

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.

E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço


(poeta lisboeta nascido a 28 de Julho de 1920)

5 comentários:

vieira calado disse...

Sabe, amigo Lino.

Conheci o Sidónio Muralha, de férias por cá, já que vivia no Brasil.
Era grande amigo do Poeta Leonel Neves, por acaso meu primo.
Era gente do neo-realismo: o Joaquim Namorado, o ò Neil que depois também enveredou por uma espécie de surrealismo, o Redol, o Manuel da Fonseca com quem convivi em Santiago do Cacém (onde dei aulas), o Nazaré, e outros, dos quais conheci alguns.
Espectacular também, são uns contos do Sidónio, sobre África.

Um forte abraço

Sensualidades disse...

fantastico.

esta a despertar em mim um grande afecto pela poesia

Bjinhos
Paula

jrd disse...

Grande Poeta e grande poema.
Abraço

Justine disse...

Grande Sidónio Muralha, tão bom poeta e tão esquecido!
Obrigada

Helenice Priedols disse...

Conheci este poeta por intermédio de seu filho. E virei fã. Principalmente dos poemas infantis.
Que bom que ele seja lembrado.

Abraços.

PAZ e LUZ