Inútil sou
Por seguir
das coisas o compasso,
às vezes,
quis neste século ativo,
pensar,
lutar, viver com o que vivo,
ser no mundo
algum parafuso a mais.
Mas, atada
ao sonho sedutor,
do meu
instinto voltei ao escuro poço,
pois, como
algum inseto preguiçoso
e voraz, eu
nasci para o amor.
Inútil sou,
pesada, torpe, lenta,
meu corpo,
ao sol estendido, se alimenta
e só vivo
bem no verão,
quando a
selva cheira e a enroscada
serpente
dorme em terra calcinada;
a fruta se abaixa
até minha mão.
(poetisa
argentina falecida faz hoje 78 anos)
Tradução de
Héctor Zanetti
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