Natureza
morta
Estirado na
valeta que há na estrada
jaz um
homem.
Como o pobre
está sorrindo
a gente tola
que passa
cuida que
ele está dormindo
e fala logo
em cachaça.
Mas o homem
já morreu.
De que
morreu, não importa.
Tão pouco de
que viveu.
É uma
natureza morta.
Fazem-lhe
quarto
tristonha
quaresmeira toda em flor
e um
grupinho multicor
de
marias-sem-vergonha.
O homem,
indiferente,
jogado à
margem da estrada
já não pode
ver mais nada
nem sente
nada.
Morreu.
Mas me fez
pensar na vida.
(poeta
paulista falecido faz hoje 34 anos)
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