Teu Corpo
Principia
Dou-te
um nome de
água
para que
cresças no silêncio.
Invento a
alegria
da terra que
habito
porque nela
moro.
Invento do
meu nada
esta
pergunta.
(Nesta hora,
aqui.)
Descubro
esse contrário
que em si
mesmo se abre:
ou alegria
ou morte.
Silêncio e
sol - verdade,
respiração
apenas.
Amor, eu sei
que vives
num breve
país.
Os olhos
imagino
e o beijo na
cintura,
ó tão
delgada.
Se é milagre
existires,
teus pés nas
minhas palmas.
Ó maravilha,
existo
no mundo dos
teus olhos.
Ó vida
perfumada
cantando
devagar.
Enleio-me na
clara
dança do teu
andar.
Por uma água
tão pura
vale a pena
viver.
Um teu
joelho diz-me
a indizível
paz.
(António
Ramos Rosa faleceu faz hoje 3 anos)
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