domingo, julho 03, 2016

Origem
            À Renata Pallottini 

Onde nasceu o mundo
morre o mundo.

O embrião pondera a raiz
do coração
manchando as crinas da aurora
com a boca do sangue,
a loucura dos cântaros.

As fábulas convergem a nudez
da sílaba
desagregando o pudor da utopia
que emerge do gáudio,
a vertente dos abismos.

O murmúrio aguarda o silêncio
do outro
cingindo a abundância dos cânticos
na intimidade do linho,
 a quimera das criaturas.

 As mulheres e as crianças
 essas
 morrem caladas,

 o mundo destece entre os seus lábios.


(poeta coimbrão que hoje faz 51 anos)

Sem comentários: