Pura Verdade
Eu vi um
ângulo obtuso
Ficar
inteligente
E a boca da
noite
Palitar os
dentes.
Vi um braço
de mar
Coçando o
sovaco
E também
dois tatus
Jogando
buraco.
Eu vi um nó
cego
Andando de
bengala
E vi uma
andorinha
Arrumando a
mala.
Vi um pé de
vento
Calçar as
botinas
E o seu
cavalo-motor
Sacudir as
crinas.
Vi uma mosca
entrando
Em boca
fechada
E um beco
sem saída
Que não
tinha entrada.
É a pura
verdade,
A mais nem
um til,
E tudo
aconteceu
Num primeiro
de abril.
(poeta
paulista nascido faz hoje 90 anos)
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