Pela
madrugada
Pela
madrugada
escuto o
cálido conforto
do silêncio
da morada.
E tu não
sabes
como me
sinto parte dele…
Torcida em
palavras
mudas,
aveludadas
de ternura,
desespero
neste tempo
de lentidão
por outras
tantas
que sei
não serão
nunca articuladas.
E tu não
sabes
da fome
que eu tenho delas…
No calor que
a sombra me imola
espero,
quase
desafiando as estrelas,
por uma
noite só minha
por inteiro.
E tu não
sabes
da cor
desses sonhos
nem da
violência
que me
dilacera o peito
quando afiro
a verdade…
tão nua, tão
crua.
E suspiro
tão baixinho
para não te
acordar
e te lembrar
que só eu
sei
que não
sabes quase nada de mim.
(poetisa
portuense que hoje faz 58 anos)
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