Riso
Tive o jeito
de rir, quando menino,
Até beber as
lágrimas choradas:
Com
carantonhas, gestos, desatino,
Passou a
nuvem e os pequenos nadas.
A rir de
escuridões, de encruzilhadas,
Tornei-me
afeito logo em pequenino;
Porque ri é
que trago as mãos geladas,
E choro
porque ri do meu destino.
Vivi de mais
num mundo idealizado
Comigo só: E
só de mim descreio
Entornava-me
riso a luz em cheio
Quando o meu
mundo foi principiado;
Rio agora
que não sei donde me veio
Sempre o mal
que me trouxe o bem sonhado.
(poeta
coimbrão falecido a 5 de Março de 1958)
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