À mesa
O pão é
fresco e triste
e me
interpela a voz de quem
ao lado não
ocupa tua ausência.
O vinho é
forte e triste,
justo
cristal no copo
como a
memória em mim.
Alto e
triste é o relógio.
A morte diz
nas horas:
- tempo que
vai, não vem.
Talheres se
descruzam
como
destinos.
O guardanapo
limpa
o silêncio
dos lábios.
Mas é-me um
compromisso
com a vida,
no prato
raso como a esperança,
esta intacta
maçã
queimando-se
em doçura.
(escritora
paraense nascida faz hoje 81 anos)
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