Terra de
ninguém
A sala
recende
A terra
molhada,
A caule
úmido e raiz apodrecida.
As flores
sobre o cadáver
Contraem
pétalas enregeladas.
A figura de
cera no caixão bordado
Sorri como
um cego sorri
Com ar de
náusea.
Os
convidados expandem uma tristeza festiva.
O defunto
recusa
Qualquer
comunicação com a humanidade
Que lhe é de
todo indiferente agora.
(Ele que
morreu "pela Causa" e recebe honras fúnebres.)
Em sua torre
de marfim,
Sob o céu
absoluto da paisagem devastada,
Reina,
altivo. (Há coroas, há bandeiras na sala.)
Passante!
descobre-te e não rias,
Respeita a
morte e o fedor de sua glória.
(poeta
carioca falecido faz hoje 24 anos)
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