Tela Íntima
Lá fora, a
noite escura... o vento aos ais,
A soluçar e
a rir - doido soturno,
É um
violinista trágico e nocturno
Wagnerizando
a voz dos temporais!
Lá fora, a
chuva fria das procelas...
E cá dentro,
ao calor da nossa casa,
O nosso
coração a arder em brasa
E o silêncio
divino das estrelas
Tu embalas
ao colo a nossa Filha...
A luz, a
arder, que em nossos rostos brilha,
Dá-lhes um
tom rosado de manhã...
E com a
estranha e misteriosa tinta,
Com que Deus
ao Sol-Posto as coisas pinta;
Nós formamos
um quadro de Rembrandt!
(José Campos
de Figueiredo faleceu em Coimbra em 28 de Novembro de 1965)
1 comentário:
Admiro muito Fernando Lopes-Graça, mas desconhecia completamente este poeta.
Bom final de semana :)
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