Defesa do
lobo contra os cordeiros
Querem que o
abutre coma miosótis?
o que exigem
do chacal?
do lobo, que
mude de pele? Querem
que ele
mesmo extraia seus dentes?
O que é que
não apreciam
nos
comissários políticos e nos papas,
porque
olham, feito burros,
o vídeo
mentiroso?
Olhem-se no
espelho: covardes,
temendo a
fadiga da verdade
sem vontade
de aprender, entregando
o pensar aos
lobos
um anel no
nariz como adorno preferido,
nenhuma
ilusão burra o bastante, nenhum consolo
barato o
suficiente, cada chantagem
ainda é
clemente demais para vocês.
Ó cordeiros,
irmãs
são as
gralhas comparadas a vocês:
vocês se
arrancam os olhos uns aos outros.
Fraternidade
reina
entre lobos:
andam em
alcateias.
Louvados
sejam os salteadores: vocês
convidam
para o estupro
deitando-se
no leito preguiçoso
da
obediência. Mesmo gemendo
vocês
mentem. Querem
ser
devorados. Vocês
não mudam o
mundo.
(poeta
alemão que hoje faz 85 anos)
(Tradução de
Kurt Scharf e Armindo Trevisan)
1 comentário:
Tanta é a verdade que magoa neste poema
Abraço
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