Pensei que
eras meu inimigo
Pensei que
eras meu inimigo,
a minha
grande infelicidade.
Mas inimigo
não és – só um mentiroso
e são vãs as
tuas manobras.
Diante do
carrossel
eu joguei
cara ou coroa.
Queria, com
essa moeda,
saber se te
amo ou não.
Meu lenço
ficou caído
no chão, no
jardim Aleksándrov.
Aqueci as
mãos; mas todos souberam
o que eu
pensava – e que também mentia.
As mentiras
devem estar voando
à minha
volta como corvos.
Mas da
próxima vez que te despedires
não verás,
em meus olhos, nem azul nem negro.
Ah, continua
vivendo, não fiques triste.
Por mim está
tudo bem.
Mas como
tudo isso é inútil,
como é tudo
absurdo!
Você indo
para um lado,
eu indo para
outro.
(poetisa
russa falecida faz hoje 4 anos)
Tradução de
Lauro Machado Coelho
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