Quem morre?
Morre
lentamente
quem se
transforma em escravo do hábito,
repetindo
todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
Não se
arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre
lentamente
quem faz da
televisão o seu guru.
Morre
lentamente
quem evita
uma paixão,
quem prefere
o negro sobre o branco
e os pontos
sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente
as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos
bocejos,
corações aos
tropeços e sentimentos.
Morre
lentamente
quem não
vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não
arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se
permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos
conselhos sensatos.
Morre
lentamente
quem não
viaja,
quem não lê,
quem não
ouve música,
quem não
encontra graça em si mesmo.
Morre
lentamente
quem destrói
o seu amor-próprio,
quem não se
deixa ajudar.
Morre
lentamente,
quem passa
os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva
incessante.
Morre
lentamente,
quem
abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta
sobre um assunto que desconhece
ou não
responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a
morte em doses suaves,
recordando
sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o
simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio
esplêndido de felicidade.
(poetisa
gaúcha que hoje faz 53 anos)
(Este poema –
muere
lentamente – tem sido erradamente atribuído a Pablo
Neruda, mas é da autoria de Martha
Medeiros)
1 comentário:
Mas há algo de Nerudiano neste poema.
Abraço
Enviar um comentário