A Máquina
Prisioneira
A máquina
acabava o dia a mastigar
e aos poucos
os dentes lhe caíam
perdendo-se
na espuma do ar negro,
ondulante,
da fábrica.
Um desejo
insubmisso
de cercar os
átomos gigantes
vinha encher
um braço
donde surgia
um corpo
lacerado
sangrento!
e donde
surgia um braço
cheio de
sangue novo
que
libertava a máquina!
A sorrir
desdentada
a máquina
adormecia...
(escritor
madeirense nascido faz hoje 115 anos)
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