Sonho da
Rosa
Se me
recordas entristeço e faço
porque o teu
vulto sensual me esqueça
e o teu
olhar, a tua boca, e essa
graça de
graça que tu pões no passo.
Sonho- fumo
esgarçando-se no espaço -
nas mãos em
concha amparo-te a cabeça,
e sem que a
minha boca desfaleça
beijo-te a
boca e cinge-te o meu braço.
Já, no
jardim deserto da tristeza,
vens aos
meus olhos como a luz acesa
que uma
penumbra dolorida apaga...
Vai-se
extinguindo o meu desejo... Olha:
tu foste a
rosa que ao abrir se esfolha,
nuvem
perdida que no céu divaga...
(Branquinho
da Fonseca nasceu faz hoje 110 anos)
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