O Poeta e a
Nau
Vai errante,
no Mar, uma nau sem governo...
O oceano é
chão, o céu azul fundindo em aço...
As velas
mortas... Nem sequer vento galerno
As vem
inchar para dormir no seu regaço!...
Sobre o
antigo convés pesa um velho cansaço,
E ou destino
fatal ou maldição do inferno,
O mastro
grande em vão aponta para o espaço...
- Sobre as
ondas a nau é um cárcere eterno!
Dominando em
redor, lá na gávea mais alta,
Um marujo, a
cantar, fala do Além, e exalta
Um passado
esplendor sobre a nau sepulcral...
“Porque o
vento há-de vir aninhar-se nas velas!”
“Porque a
nau voará, - tocará nas estrelas!...”
- O marujo é
Poeta - e a nau... Portugal!
(poeta
amarantino nascido faz hoje 126 anos)
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