ARS
O verso é um
vaso santo; ponde nele somente
um
pensamento puro,
em cujo
fundo bulam ferventes as imagens,
como bolhas
douradas de um velho vinho escuro!
Ali vertei
flores que na contínua luta
pisou do
mundo o frio,
lembranças
deliciosas de tempos que não voltam,
e nardos
empapados de gotas de rocio.
Para que se
perfume a mísera existência
Como de
essência ignota,
queimando-se
no fogo da alma enternecida:
de tal
supremo bálsamo chega uma só gota.
(poeta
colombiano falecido a 23 de maio de 1886)
Tradução de
José Bento
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