O vento e eu
O vento
morria de tédio
Porque
apenas gostava de cantar
Mas não
tinha letra alguma para a sua própria voz,
Cada vez
mais vazia...
Tentei então
compor-lhe uma canção
Tão comprida
como a minha vida
E com
aventuras espantosas que eu inventava de súbito,
Como aquela
em que menino eu fui roubado pelos ciganos
E fiquei
vagando sem pátria, sem família, sem nada neste vasto mundo...
Mas o vento,
por isso,
Me julga
agora como ele...
E me dedica
um amor solidário, profundo!
(Mário
Quintana faleceu faz hoje 21 anos)
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