Segredo
Lá, na
última das celas
nódoa negra
de açoites,
não há dias,
não há noites
porque as
noites têm estrelas.
Lá, só na
sombra que dói.
Sombra e
brancura de um osso
que o preso
remói, remói
no fundo do
seu poço.
Lá, quando o
vierem buscar
amanhã,
depois ou logo,
terá na alma
mais um fogo,
mais uma
chama no olhar.
(poeta moimentense
nascido faz hoje 103 anos)
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