Campo
A Alberto
Martins de Carvalho
Este verde
impossível de ser,
Que alegre o
camponês cultiva a prazo,
Não dá
sequer para me aborrecer
Na extensão
sem fim do campo raso.
Sem fim, a
vida, deixa-se correr
Lisa e
fatal, serena, sem acaso.
E acontece o
que tem de acontecer
Como quem já
da vida não faz caso.
Nada se
passa aqui de extraordinário:
Tudo assim,
como peixe no aquário,
Sem relevo,
sem isto, sem aquilo;
Muito
bucólico a favor da besta,
O campo,
sim, é esta coisa fresca...
Coaxar de
rãs, a música do estilo.
(poeta
coimbrão falecido a 5 de Março de 1958)
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