A boca da
noite
O que não
fiz ficou vivo
pelo avesso.
O que não tive
pertence à
dor do meu canto.
A estrela
que mais amei
acende o meu
desencanto.
Vinagre?
Sombra de vinho?
De noite, a
vida engoliu
(é doce a
boca da noite)
as dores do
meu caminho.
O meu voo se
apazigua
quando a
tormenta me abraça.
O que tenho
se enriquece
de tudo que
não retive.
Diamante?
Flor de carvão.
(poeta
amazonense que hoje faz 89 anos)
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